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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vozes!

Vozes

- Capítulo 2 – Desventuras em série.

POV Edward

Perdido em pensamentos enquanto caminhava pelas ruas de New York, imaginava como seria viver daquele jeito novamente. Nunca gostou de ser a sombra de seu pai, Carlisle, mas em contrapartida, seu pai era um bom homem, o formara na pessoa que era, devia isso a ele.
Passou a mão nos cabelos, desarrumando-os, involuntariamente pensou em sua mãe, Esme, a mesma que ria ingenuamente quando me via fazendo esta mesma coisa. Sabia de todos os meus trejeitos, era o seu anjo, sua vida. Alice tivera que viajar para Milão e lá ficara estudando Moda, voltava de férias em férias no Natal e eu constantemente ia a Londres, por causa dos negócios da empresa de meu pai, era o sócio dele e tudo que faziam eu tinha que estar junto.
Carlisle me impôs um casamento de fachada quando eu tinha 18 anos e eu aceitei por já estar namorando Tanya, só não sabia o quanto seria difícil me desvencilhar da mesma. Estavámos casados a sete meses e o inferno que começara desde o nosso quase término de namoro. Nunca suportei as baboseiras de patricinha que Tanya me impusera, mas tive que engolir tudo calado e aceitar o que me pai pedia. Mas agora tudo mudou e com 25 anos de idade, já de mente formada, queria viver livre.
Estava indo a um cartório próximo dali, quando viu uma garota sentada num caixote numa daquelas vastas ruas sujas de New York, por impulso fui até ela. Caminhei a passos sorrateiros até aquela estranha garota, seus cabelos castanhos escuros bloqueavam a visão de seu rosto. Coloquei as mãos nos bolsos da calça e parei um pouco distante dela, continuava a olha-la. Ela levantou o rosto percebendo minha presença e me lançou um olhar de pura petulância.

_ O que faz aqui? –ela dissera num tom seco, se levantou do caixote onde sentara e me olhara.

_Eu que pergunto, o que uma frágil garota faz nesta rua? –eu disse, olhando em seus olhos. Agora podia ver seu rosto, era pálido, delicado, parecia ter sido esculpido à mão, seus lábios eram carnudos e bastantes avermelhados, ela mordia constantemente o lábio inferior aparentando certo nervosismo com aquela situação. Seus olhos eram de um chocolate líquido que se derretia em cada olhar que lançava a ela, seus cabelos eram negros, lisos e nas pontas levemente enrolados.

Suspirou triste, aqueles espíritos estavam conseguindo tirar a vida daquela garota e pelo que via, estavam conseguindo _A mesma frágil garota que não deve tocar. –ela dissera num tom frio.

_Porque não tocaria na frágil garota? –eu perguntei num tom curioso ainda olhando nos olhos dela. Ela desviou o olhar notando meu olhar no dela.
Parecia não gostar de ser observada, nem muito menos analisada. Sorri malicioso, ela notou isso e repuxou a boca em uma careta.

_Não lhe interessa. –ela me disse. Vi seu corpo se retesar e rapidamente saiu dali, correndo.

Quando passou por mim, senti seus batimentos cardíacos aflorados. Olhei par trás e continuei a sentir aquilo, não era normal não para uma humana. Seus batimentos estavam tão frenéticos que podia sentir o aroma de seu sangue perpassar por suas veias, nunca tinha sentido isso antes, era diferente.
Talvez essa frágil garota, não fosse tão frágil quanto imaginasse. Saiu daquela rua a passos largos, quase correndo, tinha que reencontrar aquela garota.
Não sabia por que estava seguindo-a, só o que sabia era que precisava ir até ela. Precisava desvendar mais esse mistério. Humana ela não era, o próximo passo era saber o que ela verdadeiramente era.
Caminhando pelas ruas de New York, sentia seus sentidos se aguçarem a medida que continuava a sentir aquele mesmo sangue imperar por suas narinas.
Parou sua busca incessante num prédio centenário e entrou no mesmo rapidamente. O ritmo de seu coração à medida que chegava mais perto daquela garota aumentava, o mesmo dela estava numa frequência cardíaca muito baixa, deveria estar dormindo.
Arrepiou-se quando parou em uma porta amadeirada. Seu coração batia tão rápido que chegava a ouvir, bateu na porta, mas sem nenhuma resposta. Bateu várias vezes, sua respiração hiperventilava, não suportou mais aquela tensão absurda e arrombou a porta, a mesma caiu num baque surdo e entrei no apartamento com aparência depressiva, mas não foi isso que me demorei em perceber foi os objetos em órbita e a mesma garota que julgara frágil ajoelhada no centro da sala com os cabelos bagunçados, escondendo sua face.
Rapidamente peguei-a por trás e prensei-a contra a parede. Lutei silenciosamente contra ela, grunhia, estava feroz, sabia que ela estava possuída e agora tudo fazia certo sentido. Pegou sua cruz de prata do bolso da calça e colocou-a sobre sua testa, rezou para aquela alma e aos poucos aquele corpo pequenino deixava de se debater.
Lentamente virei-a e pude ver sua face novamente, a mesma que cedo via naquela rua. Agora seu rosto estava mais pálido, aparentando certo mal estar, uma palidez num tom doentio empoeirava toda a espessura de seu rosto, o rosto que naquela mesma manhã o penetrara tanto.
Ela nem ao menos tentava lutar contra eles, estava conformada com tamanha tragédia que acontecia embaixo de seu nariz. Ela não se pronunciara quando a pegou no colo e levou-a até o quarto, a deitou na cama e foi buscar uma compressa de água quente e um copo com água para ela tomar.
Deveria estar em choque, pensou consigo mesmo. Ou pelo que tinha percebido ela só estava tentando amenizar os efeitos que a possessão havia a imposto.
Encheu o copo com água e improvisou uma compressa de água quente, caminhou até o quarto e entrou no mesmo.
Ela o encarava agora, não com o olhar de antes, mas com um olhar de cansaço. Aproximou-se dela e disse:

_Olá novamente. –eu disse, demonstrando certa animosidade na voz. Queria diminuir os efeitos causados por aquela monstruosidade toda que ela havia presenciado e suportado.

_Oi. –ela falara breve e num tom seco. Ofereci o copo com água a ela e a mesma pegou e tomou um gole, olhando para baixo.

Estava deitada e teve certa dificuldade em se levantar, ajudei-a e por um breve instante pudera sentir o leve aroma de morango que a mesma transmitia, adocicado e sensual.
Nossos olhos se cruzaram novamente e uma nova explosão de sentimentos e sensações me bombardeou, não da forma como nos olhamos naquela rua, mas agora de certa forma mais intensa, mais perfeita. Aquele momento poderia ficar gravado para sempre e para sempre também ficaria feliz olhando-a, admirando aquela garota que nem ao menos sabia o nome.
Parecia loucura, mas se encantara com o olhar daquela moça, o prendia de uma forma tão viciante, como uma droga, uma heroína para seu próprio e exclusivo consumo. Cedo ela deixou meus olhos e os voltou para o piso do apartamento.

_Acho que precisa me explicar o motivo de estar na minha casa. - ela dissera num tom calmo.

Engoli em seco e falei: _Depois dessa sua possessão, não há nada que eu tenha que vir a explicar. Acho que também precisa sair deste apartamento, o mais rápido possível, aqui tem uma energia ..-ele massageou suas têmporas enquanto fechava seus olhos e se permitia sentir a mesma aura de horror que ali permanecia.

_E quem é você pra me tirar da minha casa? –ela falara num tom irritado, agora me encarando.

_O mesmo que lhe ajudou com sua possessão, o mesmo que expulsou os espíritos que a tempos andam perambulando em sua triste vida. –eu falei rapidamente, encarando ela.

_E por causa desse grande feito você se auto intitula o herói? –ela falou irônica.

_Em nenhum momento me auto intitulei herói e sim falei de sua possessão. –eu falei calmamente.

Ela bufou irritada e passou a mão no cabelo, o prendendo em um rabo de cavalo.

_Como me achou? Deve-me explicações, sabia? –ela perguntou, me olhando incisivamente.

_É uma longa história. –eu suspirei baixo, olhando para o tempo pela janela de seu quarto.

_Comece pelo começo. –ela disse e cruzou as pernas distraidamente, me olhando.

_Não temos tanto tempo quanto imagina o pouco que temos é o suficiente para sairmos daqui. –eu falei, ainda olhando pra janela.

_O que tanto olha pela janela? O tempo? Se não sabe, o outono já começou e esse tempo ameno é normal por aqui. –ela dissera seu pequeno discurso, ajeitando suas coisas na cabeceira perto da cama.

_Faz tempo que vive aqui? –eu perguntei, agora olhando para ela.

_Não tanto, uns seis a sete meses, o suficiente pra me adaptar à cidade. –ela disse e tomou o restante da água, fazendo uma careta em seguida.

_Garganta inflamada? –eu perguntei a decifrando.

_Um pouco, deve ter sido o choque térmico da água gelada com esse clima. –ela dissera e colocara o copo em cima da cabeceira e me olhara.

_Vai aceitar ou vou ter que te levar a força? –eu falei, olhando-a.

Ela continuou a me olhar e deu língua para mim. Sorri involuntariamente e me sentei na cama ao lado dela.

_Não vou. Não manda em mim. –ela falou e cruzou os braços.

_Então vejo que faremos isso pelo jeito mais difícil. Não reclame depois, você que pediu isso. –eu disse me levantei da cama, e fui até ela, peguei-a nos braços e levei-a até a saída do prédio à força.

Ela não ousara gritar, mas esperneava e por vezes mordia meus ombros. Bateu constantemente em mim e eu só sorria. Ainda não sabia os motivos de ir até aquela garota nem do porque de estar tirando ela daquele apartamento, só o que sabia era que precisava disso, precisava ajuda-la.
Colocou no banco do carro e fechou a porta, rapidamente deu a volta no carro e entrou no carro também. Deu partida, fazendo os pneus cantarem.
A estrada pouco movimentada do fim de tarde daquele dia o fazia pensar bastante, pensar naqueles olhos cor de chocolate líquido, que se derretia a cada vislumbre. Iniciou um ameno diálogo com a garota enquanto dirigia até seu antigo apartamento. Só não levaria ela para sua própria casa, porque sabia como ela iria reagir, então era melhor se precaver. Ela podia muito bem ter resistido mais e não tê-lo deixado levar ela consigo.

_Depois disso tudo acho que posso saber seu nome. –eu disse tranquilo, relaxando no banco do carro. Passávamos pelo Central Park, pude ver algumas crianças brincando na calçada de suas casas, casais namorando na praça e alguns idosos admirando o pôr do sol daquele outono.

_Depois disso tudo acho eu que não atingimos nível de intimidade suficiente para saber meu nome. –ela dissera distraidamente, olhando pela janela do carro.

_Vamos, me diga. Até o momento só te fiz bem. –eu falei, olhando para a estrada e logo em seguida voltei meu olhar a ela. Estava com as pernas cruzadas em cima do banco e virada quase que completamente pro lado da janela. Isso só demonstrava o quanto ela estava odiando aquela situação.

_Diga o seu quem sabe depois disso eu não queira dizer o meu também, não é mesmo? –ela falou ironicamente agora olhando em meus olhos.

Percebi um leve desconforto por parte dela ao encontrar as minhas orbes, ela provavelmente sabia do efeito quando nossos olhares se cruzavam e pelo que via não era só ele a sentir todas aquelas sensações, ela também sentia.

_Me chamo Edward Cullen, prazer em conhecer. –eu disse, olhando para ela e sorrindo torto.

_Não diria o mesmo, caro Edward, o prazer vem após do conhecer, ainda não o conheci pra ter tal sensação. –ela falou petulante como sempre olhando nos meus olhos.

Era tão incrivelmente petulante, ele pensou consigo mesmo, sorrindo em seguida. Ela notou e ficou a me fitar por alguns instantes, não o suficiente para perguntar o motivo de um sorriso intrépido em meus lábios.
Estacionou o carro na garagem do prédio em que passara a metade de sua adolescência e desligou a ignição, desceu do carro e deu a volta no carro a fim de que abrisse a porta para ela, mas a mesma foi rápida o suficiente para abrir a porta do carro, fazendo com que nós nos esbarrássemos e um clima literalmente fora do contexto fosse estimulado.
Nossos corpos roçavam um ao outro nos causando sensações incríveis, suspirei contra a face dela e senti quando a mesma arfou diante daquela situação.
Ela mordera seu lábio inferior, encostada no carro, tentara sair dali, mas a prendi com meus braços em sua cintura, agora pareciam estar moldados em sua curvatura, como se fizéssemos um ao outro.
Involuntariamente levei meus lábios aos dela e levemente senti os lábios quentes daquela garota, aquilo fora o suficiente para que milhares de gotículas de calor se espalhassem pelo meu corpo, me dando um prazer imenso.
Ela suspirou e rapidamente saiu de meus braços, me fazendo bufar de irritação. Encostei-me no carro e a olhei, estava um pouco distante, encostada numa coluna da garagem.
Meu corpo ainda incendiava e tive que respirar várias vezes para tomar consciência novamente. Desencostei-me do carro e caminhei até ela.

_Me desculpe.. Pelo..-eu falei baixo sem concluir. Ela se virou assustada e me olhou por segundos, após isso virou o rosto e disse:

_Vamos logo. –ela disse secamente, aparentava certa irritação, com certeza não tinha gostado daquele beijo.

Ela deu de ombros e caminhou mais a frente, segui-a, a mesma abriu a porta do elevador e entrou sem nem ao menos me esperar. Sorri diante desse gesto e abri a porta do mesmo, apertei o botão do décimo andar e ficamos ali, inertes, lado a lado, respirando no mesmo cubículo de aço.

Continua no próximo capítulo...
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