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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Vozes!

Vozes

-Capítulo 3 – Olhos de Ressaca

POV Edward

Saímos do elevador e levei-a até o meu antigo apartamento. Abri a porta para ela e deixei-a entrar, estava tudo em seu devido lugar, mas ela estava quieta, nem sua respiração e o compasso de seu ritmo cardíaco podia sentir.
Estávamos em um silêncio mortal, ela se sentou na poltrona e coloquei a mochila de roupas dela no sofá, me sentei também e fiquei a fita-la.
Que olhos eram aqueles, Jesus, pensei comigo mesmo, aqueles castanhos chocolates se derretiam a cada vez que a olhava, parecia uma canção de sereia, me prendia em suas orbes castanhas e só me soltava quando ela queria. Ela me olhava enigmaticamente, levantou a sobrancelha e continuou a me olhar, como se quisesse me desafiar só com aquele sórdido olhar. Aquele mesmo que me rendia todas as vezes que nossas orbes se encontravam. Aquele mesmo olhar feroz, agressivo, preenchedor de lacunas em minha mente. Olhar esse cheio de profundidade, de essência, de significados nos quais eu pretendia todos eles desvendar.
Quem diria que uma pequenina garota fosse ter um olhar tão encantador, tão atraente, realmente seu olhar era demasiadamente uma verdadeira hipnose, poderia ficar a fita-los centenas de vezes e nunca me cansaria. Olhos de ressaca, que como o mar bravio, passava agitado por meu olhar e me trazia para ela. Trazia-me para um mundo completamente novo, um mundo só nosso, um universo lapidado a mão e ao mesmo tempo quando ela deixava de me prender com seu olhar me deixava cheio de incertezas, cheio de dúvidas, disposto a soluciona-los num próximo encontro de olhar. Suas íris achocolatadas, seus cílios curvados batiam freneticamente e num ritmo compassado. Podia perceber que suas pálpebras estavam um tanto quanto roxas, cicatrizes naturais de umas possíveis noites insones.
Perguntei-me a quanto tempo ela vinha tendo possessões. Crispei minha face formando algumas rugas de expressão, ela não gostava de falar disso, mas precisávamos conversar sobre esse assunto. Assim poderia ajuda-la realmente. Seu pai, Carlisle, sabia muito de demônios e anjos caídos, por ser um arcanjo, herdei dele isso e sou um anjo.
Minha mãe e meu pai são arcanjos e habitam a terra desde muito tempo, possuem o dom natural de esconder sua velhice com o privilegio da imortalidade. Escondem através de sorrisos e bom humor, proveniente dos anjos, a idade deles.
Nunca aceitei o fato de não ser um humano e sim um anjo. Talvez por isso vivo sozinho e aos poucos minha mãe me diz que me tornarei um anjo caído. Nova York está cheia de demônios, anjos caídos e espíritos malditos, uma constante ameaça para alguém que é puro como um anjo.
Meus pais vivem em Maryland, uma cidadezinha perto de Washington, nada como um lugar pacato e bonito de se viver para anjos. Mas nunca quis ficar lá por toda a eternidade e por isso vim pra New York, meu pai tinha negócios aqui e também vim com esse intuito, mais um motivo para vir pra cá. Não queria seguir os negócios do meu pai, queria seguir o meu próprio, queria ser fotógrafo. Fez faculdade para isso e hoje tem um emprego fixo em uma empresa de publicidade. Fotografa jovens modelos e quando está em tempo livre fotografa as pessoas, a paisagem contemporânea, os arranha-céus, dos mais modernos para os mais antigos, como o clássico Empire State Building, o Central Park com sua nostalgia envolta em casais de velhinhos sentados em bancos olhando o pôr do sol, o possível crepúsculo que serpenteia todos os fins de tarde naquela cidade movimentada, as crianças brincando distraidamente enquanto a majestade solar os atinge.
Tudo naquela cidade me inebriava, era apaixonado por New York. Mas não tanto quanto sua imensa paixão por Londres passara alguns meses lá só para estudos em Direito, mas teve que voltar a Nova York, mas logo logo pretendia voltar, adorava o clima boêmio da cidade, tudo ali transpirava inteligência. Tudo ali era muito cheio de vida, muitas energias juntas, conectadas, vários eletrodos formando uma imensa corrente.

POV Bella

Entrei no apartamento daquele estranho e me sentei na poltrona próxima da porta. Vi ele deixar minha mochila de roupas no sofá e se sentar também, continuava a me encarar e resolvi encará-lo também, afinal eu não gostava de ser encarada, nunca na minha vida gostei. Minha mãe dizia que eu era um livro aberto após olhar os meus olhos e ele não parava de olhar nos meus. Suas orbes esmeraldas me fitavam enigmaticamente, tentando me desvendar, conseguiria até.

_Não quer alguma coisa? Água, café, algum lanche? –ele perguntou em sua voz perfeita. Fiquei tão perdida que demorou alguns segundos para que eu pudesse respondê-lo.

_Não, obrigada. Já não basta me trazer a força pra sua casa? –eu perguntei retoricamente, repuxando meus lábios e formando uma careta em seguida.

Ele passou a mão distraidamente pelos cabelos e abaixou a cabeça, suspirando. Levantou a cabeça novamente e voltou a me olhar.

_Desculpe, mas te tirei do seu apartamento por motivos de força maior. Não quero deixar de ajudar o próximo sabendo que se deixasse você lá poderia rapidamente morrer. –ele discursou numa voz triste.

_Nem me conhece e já se importa comigo? –eu perguntei, demonstrando minha curiosidade.

_Não é necessário conhecer para se importar. Sou um anjo e sei muito bem das coisas pelo que passa e poderia ajuda-la a curar esse mal que tem. –ele disse numa voz impaciente, se remexeu no sofá e tirou seu celular do bolso, vendo alguma mensagem de texto ou ligação perdida, fez uma careta suave em seu rosto esculpido por deuses e voltou a fixar seu olhar no meu.

_O mal que tenho não tem cura e já aceitei isso, não venha você me fazer criar falsas expectativas. –eu disse me encolhendo na poltrona.

_Deixe o pessimismo de lado, ao menos comigo, a partir de agora tudo vai mudar, verá. –ele disse olhando para mim e esboçando um suave sorriso, a luminosidade daquele lugar refletia nos seus dentes branquíssimos e brilhantes, seus cabelos castanhos claros com pontas loiras realçavam ainda mais aquele rosto angelical.

Podia-se notar também a barba recém feita, instintivamente senti vontade de passar as mãos ali, sentir aquela pele levemente áspera ..respirou fundo audivelmente, fazendo ele notar sua perícia observação.
Continuou a me olhar, só que agora seus olhares eram de pura luxúria, chamuscava em minha pele como brasa, senti o meu consequente rubor aquecer todo meu rosto e abaixei minha cabeça.
Droga!
Era pra ter sido mais discreta ao observá-lo, agora ele me lançava olhares bravios, que incendiavam todo o meu corpo, sensações que nunca ousara sentir, deixei minha franja repousar pelo meu rosto, bloqueando sua visão na minha, ele bufou demonstrando sua irritação pelo meu gesto de timidez e se levantou abruptamente. Pegou minha mochila e caminhou a passos surdos até um dos cômodos daquele apartamento. Tinha certo luxo, os sofás eram cinzas, a poltrona era bem acolchoada, o carpete era mogno escuro e estava tão encerado que chegava a reluzir pela sala iluminada pelas paredes laterais de vidro. Outra coisa que me chamou muita atenção foram aquelas paredes envidraçadas até o chão do apartamento, a vista era privilegiada, assistia sentada na poltrona os arranha-céus modernos de New York.
Estávamos em uma das melhores regiões dessa metrópole, suspirei baixo e me recordei de que tudo isso não me pertencia e sim a aquele homem estranho que havia raptado a.
Edward Cullen ...um nome incomum no meio daquela modernidade toda, antigo e arcaico eu diria. Devia vir de família, tradição.. Dissera que era um anjo, ficou boquiaberta por uns instantes, não acreditava que mais uma vez o sobrenatural a rodeava.
Será possível que essa droga nunca me deixava? Já não bastava eu ter que conviver com isso pelo resto de minha vida, agora teria que viver com um anjo?!
Levantei-me da poltrona e fui até as paredes de vidro, fiquei a olhar a vista, admirando-a silenciosamente. Encostou a face no vidro gelado pelo clima frio e se deixou relaxar um pouco. Escutou passos virem até ela e se virou rápido demais, fazendo com que uma vertigem a abalasse, ainda assim não chegou a cair no chão, porque Edward a pegou a tempo. Pontos pretos imperavam em sua visão e era difícil respirar e pensar com exatidão, se deixou levar por ele e sentia no ar um cheiro de mel que a inebriava por completo. Sentiu mãos protetoras e firmes a segurarem, uma espécie de couro envelhecido estava contra sua pele, revelando a jaqueta de couro que ele usava.
Sentiu uma mão morna passar por seu rosto, queria reagir, mas estava sem forças para voltar a consciência. Parecia uma esfera de vidro, na qual eu não tinha forças suficientes para abrir os olhos, o som ininterrupto das batidas do coração dele me levava a um equilíbrio suave, no ritmo das cavalgadas por um campo eu voltava a consciência.
Abrir os olhos fora uma tarefa difícil, pareciam que estavam colados, sentia uma luz proveniente de alguma janela reluzir por suas pálpebras fazendo enxergar alguns pontos de luz. Quando conseguiu enfim abrir suas orbes viu o rosto do mesmo homem que havia retirado de sua casa, se assustou por um momento e se levantou abruptamente, fazendo com que os rosto dos dois se chocassem e uma esfera de calor e pura paixão assolasse aos dois, narizes contra narizes, corpo contra corpo, boca roçando uma a outra, fora o suficiente para que todo aquele universo perto deles não mais existisse e sim um novo estado de torpor e prazer havia sido criado entre eles, o mundo paralelo estava a todo vapor, centenas de pessoas caminhavam rapidamente para seus trabalhos, o sol se punha, nuvens se abriam para que se pudesse contemplar o crepúsculo crescente.
Suas bocas enfim encontraram uma a outra e selaram o mais perfeito gesto de amor entre um casal, não fora um simples beijo, Edward sugava lentamente os lábios de Bella enquanto a segurava pela cintura, trazendo-a para mais perto do seu corpo febril, o coração de Bella almejava as alturas, seus batimentos cardíacos podiam ser sentidos por Edward com sua audição aguçada. Sua língua pedia passagem e Bella logo a dava, explorando cada ponto inexplorado e desconhecido para Edward. Em um breve roçar de faces aqueles dois transformaram completamente a esfera daquele lugar, agiam instintivamente, se deixavam levar.
Bella correspondia astutamente ao beijo, mostrando ser ousada chegou até a mordiscar a língua de seu amado, tirando seu fôlego por completo. A respiração de ambos por um momento se estabilizou, mas quando os beijos não mais tinham fim foi o único som existente naquele quarto. A frequência cardíaca de ambos era preenchida pelo mais puro sabor, era o som mais predominante entre eles. Edward estava tão sem noção das coisas que se deitou sobre ela, ainda a beijando, desceu os lábios molhados e cálidos pela pele pálida e macia do pescoço de Bella, beijou-o copiosamente e após isso deu leves mordiscadas e chupadas suaves, não queria deixar nenhuma marca naquela pele perfeita. Ao sentir aquilo Bella suspirou alto e reprimiu um grito de surpresa por ele ter feito algo tão íntimo, mordendo os lábios com força, chegou a sentir o gosto salgado de seu sangue na boca. Edward logo voltou para seus lábios e a beijou devagar e sem nenhuma pressa, em câmera lenta refazia o mesmo percurso que fizera anteriormente.
Bella incendiava por dentro e por fora, seu corpo estava na temperatura dele, quente, febril, no fogo exterminador da paixão que os acometia ao primeiro ato insano dos dois. A loucura os preenchia, fazendo com que os dois fizessem aquelas coisas sem pensar. Edward por fim finalizou os beijos intermináveis que dava a Bella com vários selinhos demorados e se demorou no último deles ao puxar o lábio inferior dela e a olhar nos olhos, a mesma o encarava num olhar arrebatador de almas, não era mais o olhar assustado de uma garota que sofrera ao longo de sua vida, era Bella a La Passione ..era Bella no entorpecer dos seus lábios vazios e febris sem os lábios do seu amado para se moldarem.
Fora a mesma que havia a anos se conformado de que o amor nunca ousaria entrar em sua vida, a não ser com seu irmão James e agora podia desfrutar de um dos mais brilhantes e sufocantes sentimentos: o amor. O mesmo que a deixava inebriada, o mesmo que tirava seu fôlego, tirava sua consciência, tirava sua sanidade, transformava sua vida.
Edward continuou a encarando e deixou seu rosto repousar no peito dela, a abraçou e Bella em seu torpor particular lentamente abraçou Edward também. Ele levantou o rosto e a olhou silenciosamente, dizem que um olhar vale mais que mil palavras e o dele naquele momento transmitia tudo o que o mesmo queria dizer e não podia ser dito no calor do momento.

_Desculpe..-ele sussurrou roucamente contra a pele do meu rosto.

_Porque não para de se desculpar? Eu também quis isso, Edward. –eu falei quase que sussurrando e olhando nos olhos dele.

Ele sorriu torto, o mesmo sorriso que há tempos me encantava sempre. Abraçou-me e mordisquei seu ombro, rindo baixo.

_Sua mordedora! –ele me xingou, beijando minha bochecha e a mordendo em seguida. Sorri abertamente, rindo logo em seguida e disse: _Gosto de te morder. –eu disse, ruborizando em seguida e escondendo meu rosto no peito dele.

Ele puxou meu rosto a fim de que ficasse frente a frente a ele, me olhou nos olhos e me deu um selinho, seus lábios roçavam nos meus e toda aquela atmosfera de paixão e amor estava ao redor de nós. Podíamos perder o controle que mesmo assim continuaríamos ali, seus lábios eram um vício terreno para mim, quanto mais eu puxava seus cabelos bagunçados, ele apertava seu corpo contra o meu. Nossos corpos estavam a mil, latejando um contra o outro. Calor contra calor, vida contra vida, paixão contra paixão.
Foi assim que eu pude saber o quanto aquele anjo roubara meu coração – de uma maneira completamente arrebatadora -, um novo sentimento criava raízes em meu coração, o mesmo no qual eu nunca havia sentido por mais ninguém. O mesmo que fazia com que meu corpo formigasse só de ficar ao lado do corpo dele, só de roçar seus lábios aos meus, tudo nele se transformara num vício, numa droga.

_Edward..-eu sussurrei contra a pele dos lábios dele.

Nossas respirações davam claros sinais de hiperventilação e tudo aquilo era muito irresistível.

_Me diga seu nome..-ele sussurrou rouco, me fazendo arrepiar.

_Bella ..Isabella. –fiz uma careta depois de ter pronunciado meu próprio nome.

Ele sorriu de lado, percebendo minha apatia pelo meu nome e voltou a me beijar.

Continua no próximo capítulo. -

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